O que se sabe até agora sobre o acidente que vitimou Marília Mendonça

O que se sabe até agora sobre o acidente que vitimou Marília Mendonça
O que se sabe até agora sobre o acidente que vitimou Marília Mendonça

A última sexta-feira (5) foi um dos dias mais tristes da história da música brasileira, por causa do falecimento trágico da cantora Marília Mendonça, de apenas 26 anos, e mais quatro pessoas.

Contudo, as investigações sobre as causas do acidente aéreo que vitimou a “rainha da sofrência” começaram imediatamente, e algumas informações já começam a circular nos veículos de mídia.

O avião que caiu com Marília já havia pertencido a Henrique & Juliano

O avião bimotor que transportava Marília Mendonça e veio a cair, já havia pertencido à dupla sertaneja Henrique & Juliano, amigos pessoais de Marília, antes de ser vendido à PEC táxi aéreo.

A informação foi repassada pelas assessorias de imprensa dos artistas. “Henrique & Juliano venderam a aeronave de modelo C90A, número de série LJ-1078, pouso convencional 2 motores turbo-hélice em 09 de julho de 2020 para empresa PEC TÁXI AEREO”, disse a nota endereçada à imprensa.

Apenas a colisão com o cabo de alta tensão não foi suficiente para derrubar o avião, afirma especialista

Uma das primeiras informações trazidas à luz por investigadores, sobre o acidente, foi que o avião em que Marília Mendonça e sua equipe viajavam, colidiu com um fio de alta tensão que estava ligado a uma torre de distribuição de energia.

A informação sobre a colisão com a rede elétrica foi repassada pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que reportou o caso ainda no sábado (6).

Com a palavra, o especialista:

Segundo o especialista em análise de riscos, Gustavo Cunha Mello, a colisão não foi o único motivo do acidente. “Em condições normais, o piloto teria conseguido enxergar a torre a tempo de desviar da estrutura. É preciso explicar as condições de voo e da aeronave”, disse Cunha Mello.

“O avião não poderia estar tão baixo. O piloto teria que enxergar a torre. O que precisa ser apurado é justamente os motivos de o condutor da aeronave não ter visto a estrutura, se houve falha operacional ou alguma outra pane que não permitiu ele ficar na altitude que deveria estar para não haver a colisão”, explicou o especialista.

Além disso, Gustavo alerta para a necessidade de ter sistemas de detecção de colisões acoplados à aeronaves. “Quando você está perto de uma montanha, por exemplo, esse sistema te avisa, dispara um alarme na cabine para avisar que tem um objeto muito próximo da aeronave”, explica.

Sobre a possibilidade de os passageiros terem morrido por causa de um choque elétrico ocasionado pela colisão com a torre, o especialista declara como “não havendo possibilidade”. “Para tomar um choque é preciso a corrente encontrar terra. É impossível você tomar um choque dentro do avião num caso como esse. Os elétrons passam pelo avião, mas não acontece nada com ninguém. Se o avião apenas bateu no fio de alta tensão e não se enroscou nesses cabos, essa descarga elétrica não atinge o avião nem os tripulantes”, afirmou.

Por fim, Gustavo Cunha Mello afirma que é necessário se investigar a fundo as causas do acidente, pois é muito cedo para confirmar qualquer possibilidade.

Havia um cabo enrolado na hélice da aeronave

Segundo a Polícia Civil de Caratinga, município mineiro onde ocorreu a fatalidade, havia um cabo enroscado na hélice do avião que transportava Marília Mendonça.

Ivan Lopes Sales, delegado regional da Polícia Civil de Minas Gerais, explicou a situação ao portal G1. “É fato de que tem um cabo enrolado na hélice. Agora, a gente só vai poder afirmar que esse cabo é o cabo que se rompeu quando a perícia tiver o laudo pericial”, disse Sales.

Os destroços do avião já foram enviados ao Rio de Janeiro, para a sede do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), onde serão periciados.

“Em comum acordo com o Cenipa, definimos que a aeronave vai ser destinada ao Rio de Janeiro para que eles realizem a perícia. Se porventura a Polícia Civil achar necessário realizar outras perícias, ela estará lá à disposição também”, afirmou o delegado Ivan Lopes Sales.

“A investigação procede com os laudos periciais, com oitivas de eventuais testemunhas, com arrecadação de documentos. É importante ressaltar que a Polícia Civil quer dar uma resposta célere, mas uma resposta célere não significa uma resposta rápida. Uma resposta célere é uma resposta mais técnica, no menor tempo possível”, concluiu o delegado.

Ainda segundo informações relatadas por testemunhas oculares do acidente, antes de cair o avião perdeu os dois motores e girou antes de colidir com as pedras onde foi encontrado.